sexta-feira, 25 de março de 2011

Barulho no condomínio

O condômino torcedor fanático pode aterrorizar o condomínio quando resolve fazer barulho na sacada do apartamento. E ele sempre resolve fazer isso quando seu time joga. Um de seus novos instrumentos de horror é a vuvuzela. Durante o jogo, enquanto vizinhos tentam usufruir a sesta de fim de semana, ele chama atenção para si ao ligar a TV bem alta e tocar nefando brinquedo quando seu time faz gol.

Outros aproveitam a festa junina no prédio para soltar rojão. Esse mesmo rojão reaparece nas festas de fim de ano. Na noite de Ano Novo, explode dentro de alguns condomínios.

Os trabalhadores de fim de semana são um capítulo à parte. Não conseguindo navegar no vazio do feriado, pegam logo a furadeira. Há entre eles um tipo que não fica sem obras no apartamento. O dono de cachorro também oferece perigo. Quando o animal é grande, o latido é forte, incomoda a quem mora do lado, embaixo e em cima, mas para os ouvidos do dono é música.

O vizinho do andar de cima pode ser um problema nas relações entre condôminos. Quando é barulhento, converter-se em tortura para o vizinho de baixo. Deixar a vassoura à mão para bater no teto sempre que há barulho também não é a atitude correta do vizinho de baixo. A reclamação deve ser feita ao síndico, que intermediará a questão com a colaboração da administradora. A solução é seguir a convenção ou o regulamento interno. Caso contrário, caberá ao síndico, com o conselho consultivo e a assembleia, aplicar ao infrator as multas previstas na convenção.

Mas, em matéria de gravidade, nada supera o condômino inadimplente. De nada adianta ele ser simpático, educado e disciplinado. Trata-se do verdadeiro condômino antissocial, nem sempre inadimplente por falta de dinheiro. Em muitos casos, a razão é genética e quem conhece o trabalho do departamento de cobrança das administradoras sabe do que ele é capaz. Ele sonega, divide, subtrai, ganha tempo, distorce e ainda pede desconto.

O condomínio é rateio de despesas num regime democrático. Não há o que discutir. Ou melhor, há muito o que discutir. O condomínio é uma das formas modernas de viver, um corpo que evolui e uma escola de cidadania. Todos os esforços dos síndicos, condôminos e administradoras visando o bem-estar daqueles que participam das despesas do prédio podem ser minados pela inadimplência. A questão depende de uma simples e única solução: o inadimplente tem de honrar seu débito.

Hubert Gebara - é vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

quarta-feira, 23 de março de 2011

Tecnologia para melhorar a segurança

O alto índice de roubos a prédios de luxo na capital – 24 arrastões em 2010 – tem estimulado o surgimento
de sistemas de segurança cada vez mais sofisticados.

Um deles, lançado em setembro do ano passado e batizado de Sicove (Sistema de Controle Veicular), é um software que analisa os dados pessoais de quem chega de carro. Quando o veículo para no portão de entrada do prédio, os dados da placa são capturados pela câmera de segurança e enviados ao computador.

Informações como nome do condômino e número do apartamento são comparadas com as do sistema, se não coincidirem, o carro é impedido de entrar na garagem.

“As portaria dos prédios já são bem protegidas. Por isso, decidimos focar o local onde os condomínios são mais vulneráveis, que é na entrada e saída de veículos”, explica Marcello Barbarow, diretor do Grupo Natzar, responsável pela criação do software.

Mecanismos

Outro mecanismo criado para combater assaltos em condomínios é o chamado “botão do pânico”. Trata-se de um dispositivo instalado no controle remoto do portão da garagem que aciona uma luz vermelha na portaria alertando o porteiro do perigo.

Se algum criminoso estiver com o morador dentro do carro, ele pode acionar o botão, que abre a garagem, mas também liga uma luz piscante. Ao perceber o assalto, o porteiro já aciona a polícia automaticamente.

O aparato existe há oito anos e foi criado junto com a vaga especial contra roubos. Neste caso, o condomínio deixa uma vaga na garagem sempre vazia. Se algum carro estacionar nela, a luz vermelha na portaria é acionada delatando o crime.

De acordo com levantamento do Secovi, em 90% dos roubos em prédios, os bandidos entram pelo portão ou pela garagem.

matéria e-band
A lista de convidados para a festinha petit comitê no seu apê passou um pouquinho dos limites do tamanho de seu apartamento. Para que as visitas caibam no espaço, será preciso arrastar os móveis para os cantos - o que significa, normalmente, ganhar alguns arranhões no chão da sala e atrapalhar o sossego do vizinho do andar debaixo. Quem gosta de reunir amigos em casa, vira e mexe passa por esses apertos. Que tal sair deles? Em vez de empurrar a decoração para o quarto ao lado ou imprensá-la na parede, basta deslizá-la para um cantinho com ajuda de rodinhas. E isso sem tirar o charme do espaço.

A arquiteta Lilian Clébicar, por exemplo, com ajuda de rodízios e trilhos, criou uma mesa que desliza até a parede, transformando-se num aparador. A peça, com formato de ‘L’, corre através de um trilho instalado num painel de madeira que reveste a parede, com ajuda das rodinhas em sua base.

“A sala de jantar tinha mais ou metros 10 metros quadrados de área. A ideia era dar a possibilidade de transformar o espaço sem muito esforço. E isso pode ser feito em mesas já existentes. Neste caso, é preciso incluir rodízios em todos os pés da mesa”, sugere a arquiteta.

Baú com rodízios facilita o seu deslocamento pelo espaço (Foto: Divulgação)

Baú com rodízios facilita o seu deslocamento pelo espaço (Foto: Divulgação)

E se há outros produtos que acabam ocupando muito espaço na hora de preparar um festejo - a estante, por exemplo -, esses também podem ganhar sistemas de rolamento. Se o morador não quiser mandar fazer, tem a opção de comprar pronto. Na Todeschini há algumas opções de projetos, com peças que incluem rodízios, incluindo pufes e baús. São soluções mais simples, mas que podem ser uma ‘mão na roda’ na hora de planejar a decoração de um espaço pequeno. Para ver uma galeria de opções de peças (que inclui cadeiras, sofás, mesas de centro, aparadores e até vasos de plantas).

terça-feira, 22 de março de 2011

Cuidados com o zelador

O zelador é o profissional fundamental para o bom funcionamento e o bem-estar do condomínio. Seja residencial ou comercial. Além de estar integralmente disponível, o zelador é responsável por uma série de ações cotidianas que garantem a segurança, a conservação e o bom relacionamento entre funcionários, moradores e outros usuários dos condomínios.

Porém, em muitos empreendimentos existe um personagem que pode gerar uma série de graves problemas: o “zelador- perigo”. Ele é um verdadeiro perigo, pois tem uma conduta incompatível com sua função e, ao contrário do bom zelador, não mantém um relacionamento profissional com o síndico, a administradora e os moradores do condomínio.

A maioria das pessoas não sabe que tem esse tipo de profissional no prédio. O “zelador-perigo” costuma ser sorrateiro; começa o trabalho de forma solicita, humilde e amigável. Mas, aos poucos, vai se transformando.

Entre as características mais marcantes desse risco ambulante está a ausência do trabalho. O “zelador-perigo” costuma desaparecer em muitos momentos do cotidiano do condomínio, com a desculpa de que está resolvendo um ou outro problema. Porém, o que poucos desconfiam é que ele pode estar exercendo outras atividades, diferentes daquelas designadas ao zelador. E, muitas vezes, ele pode ter outro serviço fora ou até um novo negócio nas proximidades do condomínio.

Sua ausência gera grandes problemas à administração do condomínio. Isso porque, quando o zelador sai do prédio, outro funcionário, geralmente o porteiro, assume suas funções. E esta “substituição” pode gerar um problema judicial no futuro. Isso porque o porteiro, que neste caso acumulou funções, pode requerer no Judiciário seus direitos trabalhistas, gerando, assim, um passivo inesperado ao condomínio.

O Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis) está atrás dos “zeladores-perigo”. O principal motivo desta caçada é a intermediação e corretagem de imóveis em condomínios. O zelador que faz o papel de corretor e realiza a venda de um apartamento ou casa chega a ganhar, de forma irregular, 2% do valor da venda. A prática pode até parecer vantajosa para o vendedor, que teria que pagar 6% a um corretor. Acontece que este zelador está cometendo um crime: exercício ilegal da profissão. E deve responder criminalmente por esta ação, pois exerce uma profissão regulamentada sem permissão. Sem esquecer o risco que ele causa ao condomínio e ao seu proprietário, abrindo a porta do imóvel a qualquer um.

O aluguel de vagas de garagem em prédios comerciais é outro prato cheio para o “zelador-perigo”. Como ele costuma conhecer os horários dos condôminos e visitantes, consegue planejar o aluguel de vagas do condomínio para motoristas da redondeza. O “zelador-perigo” manobra os carros de uma maneira que consegue encaixar veículos extras. O dinheiro deste aluguel acaba em seu bolso dele e não no cofre do condomínio.

O síndico e a administradora também precisam estar atentos para as compras de materiais e a manutenção do condomínio. O “zelador-perigo” costuma ser solicito nestes momentos para aproveitar as brechas e aplicar seus golpes. Ele sempre tem um grande estoque de material no depósito do prédio e, muitas vezes, troca lâmpadas, faz pinturas e outros serviços em unidades particulares dos moradores como “cortesia”. O morador, desavisado, costuma dar uma gorjeta ao zelador como forma de agradecimento, mas não sabe que o material utilizado vai onerar seu próprio bolso, uma vez que será cobrado posteriormente no valor total do seu boleto condominial mensal.

O “zelador-perigo” não é maioria nos condomínios, mas é importante estar atento. O síndico tem um papel importante no acompanhamento. Algumas medidas são essenciais para combater o problema: controlar os horários de entrada e saída do condomínio com um ponto digital; ter uma boa administradora com departamento de compras próprio; controlar a entrada e saída de veículos na garagem; nunca autorizar compras sem pelo menos três orçamentos e variar fornecedores. Também é importante impedir que o zelador realize serviços no interior das unidades dentro do horário de serviço e evitar deixar suas chaves de imóveis com ele, que pode locar a unidade sem autorização.

Fique atento! Algumas medidas preventivas podem minimizar os prejuízos ocasionados por um profissional mal intencionado.



*O autor é advogado Imobiliário e sócio do escritório Karpat Sociedade de Advogados.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Manuais são importantes fonte de orientação ao s síndicos

Publicações abordam temas variados sobre o cotidiano do condomínio e estão disponíveis na Biblioteca da entidade

Manuais são importante fonte de orientação aos síndicos

O Secovi-SP oferece uma série de ferramentas a serem utilizadas nas mais diversas tarefas do dia-a-dia condominial.

Além de cursos, eventos e de site exclusivo no portal Secovi, os interessados podem adquirir vários manuais, que tratam de temas importantes e contêm informações corretas, precisas e indispensáveis ao bom desempenho das funções do síndico e, conseqüentemente, de todos os profissionais que atuam no condomínio.

Elaborados em parceria com entidades, empresas, profissionais e técnicos ligados a cada tema específico, estão disponíveis para compra os seguintes manuais: do Síndico; do Uso Racional da Água; de Uso Racional de Energia Elétrica; das Áreas Comuns; de Segurança Patrimonial; do Gás Natural Canalizado; de Coleta Seletiva; de Prevenção contra Incêndio; Como Contratar uma Administradora; de Encargos Condominiais.

Informe-se na Biblioteca do Sindicato: (11) 5591-1237/1238, biblioteca@secovi.com.br .

terça-feira, 15 de março de 2011

Condomínios modernos, desafio para os síndicos

Formação, organização e visão diferenciadas são as características para este tipo de administração, segundo especialistas

O papel do síndico está em constante evolução no mercado. Pela abrangência, a atividade sempre exigiu conhecimento em áreas diversas, entre as quais, contabilidade, administração, relações humanas, finanças e direito. Mas nunca tanto quanto nos últimos tempos, devido à sobrecarga das obrigações legais e fiscais. Jovens com perfil empreendedor, profissionais e senhores aposentados buscam o mesmo caminho: conhecimento para administrar melhor o condomínio onde vivem ou que gerenciam.

Dentro do processo de transformação observada nos últimos anos surgem os complexos empreendimentos comerciais e os condomínios onde estão concentrados num único lugar moradia, lazer e serviços. Com isso, aparecem novas denominações e exigências que empurram os pretendentes ao cargo de síndico a acompanhar o crescimento dos centros urbanos.

Uma das novas denominações no mercado imobiliário é a gestão de facilidades, também conhecida como Facilities Management, área de negócios que está em expansão. O profissional é responsável pela gestão de espaços, conteúdos, sistemas e equipamentos agregados às instalações das organizações. Em cidades como São Paulo, o gestor de facilidades está sendo contratado para trabalhar em empreendimentos imobiliários com equipamentos tecnológicos sofisticados e que exigem conhecimento mais técnico.

A administradora, contadora e palestrante na área de condomínios Rosely Benevides Oliveira Schwartz destaca que em São Paulo, cerca de 40% dos gestores de facilidades são engenheiros. Mas também há economistas e administradores.

Ela ressalta que os empreendimentos que contratam estes profissionais são de grande porte e têm necessidade de conservação de bancos de dados dos setores elétricos e de telecomunicações, além de precisarem manter a limpeza e a organização dos prédios.

O gestor de facilidades é a pessoa que tem conhecimento técnico, sabe de todo o funcionamento do edifício e vai gerenciar os demais funcionários que ajudarão a manter toda a estrutura em funcionamento, diz.

Para preparar os profissionais que vão dirigir estas verdadeiras empresas que são os condomínios, já surgem cursos voltados a atender este público.

Em São Paulo, por exemplo, é oferecido o curso de MBA em gestão de facilidades, com o objetivo de propiciar melhor desempenho a estes trabalhadores. Mesmo com o surgimento deste novo profissional, Rosely afirma que o síndico continua existindo.

Ele ocupa o topo da hierarquia e concentra todas as funções estratégicas, que incluem metas, acompanhamento e controle financeiro para o empreendimento como um todo.

De acordo com a especialista, o gestor de facilidades está abaixo do síndico e reúne todas as atividades operacionais do edifício, ou seja, faz o edifício funcionar.

Esta estrutura, diz Rosely, aplica-se aos edifícios que sejam realmente condomínios ou que a propriedade seja partilhada com outros co-proprietários. Quando o edifício pertencer a um único dono ou for ocupado por uma única empresa a figura do síndico não existe e o gerente predial ou o gestor de facilidades irá se reportar a alguém ligado à direção da empresa, conclui Rosely.

Trabalho exige preparo e habilidade

O professor do curso de Administração da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Luiz Alberto Cordioli, destaca que o trabalho de síndico exige preparo e desenvolvimento de algumas habilidades e conhecimentos, como entender a legislação federal, a convenção do condomínio e o regulamento interno. O síndico precisa ainda ter bastante paciência para lidar com os vários problemas que surgem no dia a dia, ressalta.

E os problemas crescem à medida que aumentam os serviços e atividades nos condomínios. O administrador Geraldo Gama Salles Filho, especialista em gestão e também professor da Unisul, afirma que os condomínios estão cada vez mais complexos, com mais oferta de serviços como sauna, piscina, academia, o que requer muito mais conhecimento.

O síndico precisa dominar os conhecimentos básicos de administração, relacionamento pessoal, legislação e estar sempre atualizado às mudanças de leis e regulamentos, reforça. É por estes motivos, destaca o professor Luiz Alberto Cordioli, que alguns condomínios optam por terceirizar o trabalho do síndico e contratam as administradoras de condomínios.

O funcionário que fica responsável pelo gerenciamento dos edifícios geralmente possui curso superior, experiência em administração de empresas e também é bom em lidar com conflitos.

Preparado para ser um profissional de condomínio

Um dos exemplos de funcionário com responsabilidades é Sandro Luiz da Silva, gerente de condomínios da Sensato Contabilidade e Serviços Comerciais, de Florianópolis. Silva é responsável pela administração de 16 condomínios na cidade. Com formação em administração, ele cuida de toda a burocracia dos prédios e também busca os profissionais qualificados para fazer obras e manutenções quando necessário. Silva explica que os empreendimentos novos que estão surgindo já contratam o síndico profissional para ajudar a elaborar o regimento interno, por exemplo.

Com formação em contabilidade e filosofia, Luiz Fernando Juvenal da Silva é síndico profissional da Máxima Condomínios Ltda, da Capital. Diariamente ele ajuda a resolver problemas de vários condomínios da cidade e executa o papel de síndico destes edifícios. É preciso estar preparado para os desafios inerentes à profissão.

É necessário aliar conhecimento técnico com sabedoria e paciência para conseguir lidar com as dificuldades do dia a dia e com as necessidades dos moradores, ressalta. Ele afirma que as pessoas estão cada dia mais exigentes no cumprimento das normas dentro dos condomínios e que o conhecimento da legislação é fundamental para o trabalho.

Sindico atual faz a gestão em cliques

A empresária Enoê Maria Dal Bello, proprietária da Enoê Administradora de Condomínios, de Itapema, no Litoral Norte, tem uma visão diferente do mercado. Para ela, o síndico deve ser morador e pode contar com a experiência de uma empresa administradora para orientar a melhor forma de trabalho. Os síndicos estão cada vez mais buscando informações para desempenhar com mais eficiência o seu papel dentro do condomínio, afirma.

O modelo sugerido por ela seria o da autogestão assistida. O síndico realiza o trabalho interno e a empresa fica com a administração externa como revisar contratos, verificar fornecedores e materiais e oferecer assessoria trabalhista, tributária e fiscal. Os avanços tecnológicos revolucionaram os modelos de administração.

Dessa forma também foi com o mercado imobiliário e de gestão de condomínios. Assim como o síndico mudou, o perfil das administradoras e os serviços prestados nesta área também acompanharam as necessidades do profissional.

Hoje em dia a maioria das administradoras possui site com acesso para clientes. O síndico e os moradores podem acompanhar a administração na internet. São oferecidos ainda emissão de boletos bancários e controle de títulos pagos, por exemplo. Muitos condomínios têm blogs e o síndico usa o e-mail para se comunicar com os condôminos. Há 10 anos, quem pensaria que o síndico, aquele aposentado que fazia a gestão mais caseira, estaria hoje administrando com o auxílio de empresas, mais profissionalismo e de forma online?

Fonte: Matéria disponibilizada no site: http://condominiosc.com.br

Cuidado na hora de selecionar pessoal para condominios

A tranquilidade dos moradores de um condomínio não se dá apenas pela segurança eletrônica, mas também pelo conjunto de pessoas que nele prestam serviço. A presença de funcionários circulando nas áreas comuns e até nos apartamentos é motivo de atenção permanente entre os condôminos. Por isso, o recrutamento e seleção de pessoal para trabalhar em prédios residenciais e condomínios-clube devem seguir critérios que possibilitem avaliar os candidatos às vagas de zeladores, porteiros, vigias e diaristas.

Segundo a psicóloga e analista de Recursos Humanos do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE), Patrícia Farias, a seleção de candidatos para atuarem como funcionários de um condomínio, independentemente da função, passa por várias etapas. Primeiro o currículo dos candidatos passa por uma triagem de acordo com o perfil solicitado pelo síndico. Caso a vaga seja para porteiro do sexo masculino, com idade entre 35 e 50 anos, os que estiverem abaixo ou acima dessa faixa etária são imediatamente descartados e assim por diante.

Após essa fase, são aplicados o teste psicológico - que avalia o equilíbrio e estabilidade ou a instabilidade emocional e o relacionamento interpessoal do concorrente à vaga -, e o teste palográfico. “Nesse último são avaliados traços da personalidade do candidato para identificar a produtividade, se ele possui alta agressividade ou autoagressividade, por exemplo”, explica a analista.

Na busca pelo melhor profissional, a entrevista pode ser determinante. “A apresentação pessoal e a maneira como a pessoa se porta é muito importante, principalmente no caso do porteiro, que é o cartão de visita do prédio”, justifica. Ter os dentes bonitos e compreender com clareza as perguntas que são feitas também são pontos positivos. “Tem síndico que exige que o candidato tenha desenvoltura”, acrescenta a analista, que chama a atenção para o fato de pessoas que procuram um emprego nessa área vestidas de qualquer forma.

“Quando alguém chega com a barriga de fora ou de bermuda, denota pouco discernimento de atitude profissional”, revela Patrícia, que confessa: “No caso de um candidato que tem um bom currículo e experiência, eu dou uma ajuda; oriento a pessoa para que cuide da aparência, quando for o caso, e depois faço e encaminhamento para o condomínio solicitante”.

A redação, apesar de ser um teste simples, revela muito do futuro profissional. Segundo Patrícia, é através dela que se mede o nível cultural do candidato. “Alguns escrevem bem, mas só falam sobre eles mesmos, os lugares por onde passaram, enquanto outros falam sobre as suas pretensões, por exemplo, dizem que querem a vaga, mas pretendem crescer, continuar estudando e mudar de profissão. Isso conta muito”.

Também são exigidos dos zeladores boa escrita e compreensão. “Quem fica na portaria deixa por escrito o registro das ocorrências durante o plantão. Quando o porteiro adoece ou precisa se ausentar, na maioria das vezes, é o zelador do prédio que vai assumir o posto. Se ele não sabe escrever bem, acaba comprometendo toda a rotina da portaria”, conclui a psicóloga.

Matéria Laiziane Soares